terça-feira, 17 de maio de 2011

De novo

mais um dia
(uma  nova mentira)
outro olhar perdido
(…)

as palavras evaporam-se
na respiração gelada
(receio ficar novamente
sem fôlego)

mais uma rasteira
(estou de novo em baixo)
nunca ninguém me disse
que seria assim…

era suposto estares aqui
no final do dia…
(o sol já nasceu
mas tu continuas desaparecido no nevoeiro)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Tudo Muda

Tudo muda,
nós somos a prova disso
(…)
Com o decorrer do tempo
tudo parte,
apenas as memórias permanecem.
Através do vidro embaciado
(parado à minha frente)
Eu vejo as coisas acontecerem
lá fora.
Enquanto isso,
Eu permaneço presa a um pretérito perfeito
(ainda bem presente em mim)

terça-feira, 26 de abril de 2011

Perdi

Eu esperei encontrar-te
escutar a tua voz,
tocar-te…
Eu precisei olhar-te nos olhos,
acreditar em promessas inválidas
e cair na ilusão

Foi preciso ver-te partir
diante dos meus olhos
(preenchidos por água)
Foi preciso sentir
o vento bater no meu rosto
(sem ti do meu lado)
Foi necessário derramar lágrimas
sobre a travesseira
para que eu pudesse entender
qual o meu caminho

(e foi preciso forçar a dor da perda,
para perceber que me perdi de ti)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Carta Convite

Caro amigo,


Espero que agora possas visitar a minha barca e permanecer uma temporada por cá, a fim de retriubuires, nesta vida, todos os momentos em que recorreste em meu auxílio e durantes os quais sempre te ajudei.
Espero que saibas que agora (e apenas aqui) todas as tuas «qualidades», das quais usufruiste unicamente para prazer próprio, serão reconhecidas e valorizadas como nunca antes. E considerando que toda a tua vaidade e preguiça apenas serão aceites na minha estimada barca, não espero outra coisa se não a tua presença muito em breve.
Um abraço,
Diabo


segunda-feira, 28 de março de 2011

O Teu Silêncio

Com a voz trémula,
Ousei chamar o teu nome no escuro
(mais uma vez)
Mesmo tendo garantido
O teu silêncio como resposta…

(mais uma vez)
Fintei os teus olhos
Na fotografia perdida
Buscando obter as respostas
Que tenho procurado desde que partiste
(…)

E mais uma vez,
Falhei.
Mais uma vez eu fui abraçada
Pela mágoa,
A mágoa que tu causaste
Quando me deixaste sozinha
No silêncio do teu adeus
(…)
Onde estás agora?

sábado, 5 de março de 2011

A hora do adeus

Tudo se torna tão incerto
Quando, num ápice,
Vejo através das paredes
Como vai ser...
A forma como seguiremos caminhos diferentes,
O modo silencioso como diremos adeus...


Eu sento em frente da janela
E nela, eu consigo ver os nossos sorrisos.
Eu vejo o tempo mudar lá fora,
As lágrimas surgem,
O pensamento perde-se.


Sempre chega a hora do adeus,
E quando ela chegar
Eu continuarei
(mantendo-te em meu pensamento)

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Eminem - Loose Yourself

Desistir

Lutas, perdas, desilusões…
Desistir… porque não?
Abandonar antes mesmo
De ser abandonado… é erro?

Sonhar, voar e iludir…
Para quê?
Tenho-me cruzado vezes de mais
Com as desilusões…
O errado sempre sabe o meu nome.

E se tudo isto tem sido uma constante derrota,
Para quê continuar?
Para quê seguir num caminho
Coberto por um manto negro,
Se não há mais volta?

Este silêncio está a acabar comigo
(…)

sábado, 15 de janeiro de 2011

«Em Busca do Amor»

O meu Destino disse-me a chorar: 
“Pela estrada da Vida vai andando, 
E, aos que vires passar, interrogando 
Acerca do Amor, que hás-de encontrar.” 

Fui pela estrada a rir e a cantar, 
As contas do meu sonho desfilando ... 
E noite e dia, à chuva e ao luar, 
Fui sempre caminhando e perguntando ... 

Mesmo a um velho eu perguntei: “Velhinho, 
Viste o Amor acaso em teu caminho?” 

E o velho estremeceu ... olhou ... e riu ... 

Agora pela estrada, já cansados, 
Voltam todos pra trás desanimados ... 
E eu paro a murmurar: “Ninguém o viu! ...” 



Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Desta Vez

Perder,
Faz-nos recomeçar.
De certa forma,
É o que estou a tentar fazer.

Desta vez,
Procurarei deixar de lado
O leve cheiro das recordações
(que me prendem a um passado distante)

Desta vez,
Procurarei algo mais
Do que uma simples lágrima no canto do olho.
Encontrarei uma razão
Para que, no meu mundo,
A noite acabe.

Desta vez,
Encontrarei um sorriso
E deixarei a derrota esquecida
(algures na tua memória apagada)

sábado, 1 de janeiro de 2011

Desilusões

Alguns dias,
Deitada no escuro do meu quarto
Penso em tudo o que passamos
Tudo o fizemos e dissemos…
Tantas promessas se evaporaram
No ar gelado da tua ausência…
Tantas lágrimas correram o meu rosto
Como se, de certa forma,
Isso te fosse trazer de volta…
Mas não, não trouxe.
Apenas desilusões passaram na minha almofada
E se escaparam por entre os lençóis,
Que tantas vezes secaram as lágrimas
Que tu causaste, inexplicavelmente.
Tantas vezes pedi que permanecesses
Mas, para minha desilusão
Tu recusaste-te a ouvir
E foste embora,
Deixando-me melancólica
E desvanecida no silêncio.

The Fray - Heartless